Friday, November 21, 2008


Gentil ao toque,indecifrável centelha.Luzes como espadas afiadas nos trópicos secos.Se te deslindas nas asas breves,não sei.Se te encostas ao caixão da inocência e te deitas nele,também não sei.Dir-me-ás que sei o sabor da noite, mas não te respondo.

Monday, November 17, 2008

A marca do Escorpião I

Deslumbra,águia
a água das fontes
pendurada no cristal
das frestas da caminhada
O sal que se entranha
na sonhadora avenida
de séculos ao som
das lâminas
no palácio enfeitado
de horizontes

Celebra-te,guerreira
das noites infindas
do sonho que dá a cor
ao pacífico inferno

Rugimos violentamente na nossa ardência natural,celebramo-nos com majestade.

Há o Dia, e o dia após o Dia.
Há esgares tardios que reflectem sombras angulares nas paredes do Tempo.Entre um oceano profundo e uma marca cinzelada no magma existe uma ténue sagacidade de levezas.E é nessa estranheza que o Guerreiro nocturno deste Dia extingue a dor e acende a tocha infinita dos luares deitados.
O Oceano que acolhe os sentidos,a percepção incendeia a melodia que afaga a pele.

Sempre o mesmo sentir,sempre tão singular.

Geramos interioridade.


Friday, November 14, 2008

Temporização


Traços rasgados na sombra
despedaçam risadas
nas penumbras
da Lua empolada na saliência
inquieta das horas
e celebram insanidades
impertinentes
no desmembrar das dores

os fechos das masmorras
desabam ardores urgentes
na pacificidade do langor
terno
das cascatas

Thursday, November 13, 2008

O Magma de Novembro


Magma de Novembro
O meu magma
As artérias compulsas a alisar
crateras desencovadas nas planícies das palavras
rudes anjos bélicos constantes na sede fervente

As espadas cruzadas na areia movediça
espelham as asas da coruja
esplêndida cereja a brotar ondas
no meu manto de vítimas
imponente suicido as luzes
entrego-te às varizes da tortura

Surpreendem os caules
que se arrastam nas amenas luas
são fantasmas alistados
na permanente solidão de sentir
o infinito
enroscado
nos olhos da serpente
que é águia real


Wednesday, November 12, 2008

Turbulência


Retalho o senso encostada à divagação e entrelaço a sombra no capuz da erótica melodia , do sempre que te contagia, do lume que aquece os teus passos, célebres na morbidez da velocidade com que te rasgo a pele.

Serei sempre coveira dos tesouros ensolarados nas distantes eras em que as árvores se juntavam nas penumbras secas e os olhares das lunares inquietações eram infernos pequenos de tétricas letras a sangrarem dos teus lábios.

Agora, seco as fontes das ameaças e trituro-as após degolar as visitas da dor esparsa , porque sou etereamente composta de directrizes sem tempo e tenho o poder de esventrar os langores tépidos dos horizontes.

Enfrento os universos calados da espera que angustia a varanda fúnebre, estendo tapetes retalhados na fímbria das manhãs e escuto o fulgor das minhas garras a colherem alimento na simbólica arena.