Friday, February 13, 2009

Ardor santificado


Arde na conjunção.Incendeia o vapor na multiplicação.Vibram as mesas das janelas e as tuas pestanas são alimento perpétuo.
Majéstico espiar de lápides!Orações imbatíveis cruzam dependências que se tornam ornamentos de museus insidiosos.
Luz, arte Antiga de meus filamentos, ruge nas alumiações e nas cadências ferventes das alturas e dos olhares trevosos!Sê minha filha hoje e sempre, sê o olhar de meus silêncios sedosos e terroríficos!

Não grites que não te faço mal, sei de cor a melodia dos mortos-vivos.Não lhes tenhas receio, são carinhosos nas suas deambulações petrificantes.Sentem-te os passos e recuperam-se nas águas , afinal as ondas levantam-se quando o céu as mortifica e as oferece em sacrifício.Arranha-as e tornar-te-ás maré.

Afinal, o som das silhuetas sabe seduzir o dia, pertence-lhe.