Gentil ao toque,indecifrável centelha.Luzes como espadas afiadas nos trópicos secos.Se te deslindas nas asas breves,não sei.Se te encostas ao caixão da inocência e te deitas nele,também não sei.Dir-me-ás que sei o sabor da noite, mas não te respondo.
Deslumbra,águia a água das fontes pendurada no cristal das frestas da caminhada O sal que se entranha na sonhadora avenida de séculos ao som das lâminas no palácio enfeitado de horizontes
Celebra-te,guerreira das noites infindas do sonho que dá a cor ao pacífico inferno
Rugimos violentamente na nossa ardência natural,celebramo-nos com majestade.
Há o Dia, e o dia após o Dia. Há esgares tardios que reflectem sombras angulares nas paredes do Tempo.Entre um oceano profundo e uma marca cinzelada no magma existe uma ténue sagacidade de levezas.E é nessa estranheza que o Guerreiro nocturno deste Dia extingue a dor e acende a tocha infinita dos luares deitados. O Oceano que acolhe os sentidos,a percepção incendeia a melodia que afaga a pele.
Traços rasgados na sombra despedaçam risadas nas penumbras da Lua empolada na saliência inquieta das horas e celebram insanidades impertinentes no desmembrar das dores
os fechos das masmorras desabam ardores urgentes na pacificidade do langor terno das cascatas
Magma de Novembro O meu magma As artérias compulsas a alisar crateras desencovadas nas planícies das palavras rudes anjos bélicos constantes na sede fervente
As espadas cruzadas na areia movediça espelham as asas da coruja esplêndida cereja a brotar ondas no meu manto de vítimas imponente suicido as luzes entrego-te às varizes da tortura
Surpreendem os caules que se arrastam nas amenas luas são fantasmas alistados na permanente solidão de sentir o infinito enroscado nos olhos da serpente que é águia real
Retalho o senso encostada à divagação e entrelaço a sombra no capuz da erótica melodia , do sempre que te contagia, do lume que aquece os teus passos, célebres na morbidez da velocidade com que te rasgo a pele.
Serei sempre coveira dos tesouros ensolarados nas distantes eras em que as árvores se juntavam nas penumbras secas e os olhares das lunares inquietações eram infernos pequenos de tétricas letras a sangrarem dos teus lábios.
Agora, seco as fontes das ameaças e trituro-as após degolar as visitas da dor esparsa , porque sou etereamente composta de directrizes sem tempo e tenho o poder de esventrar os langores tépidos dos horizontes.
Enfrento os universos calados da espera que angustia a varanda fúnebre, estendo tapetes retalhados na fímbria das manhãs e escuto o fulgor das minhas garras a colherem alimento na simbólica arena.