
Sunday, May 27, 2007
Thursday, May 24, 2007

Infinito celeste-coordenadas emotivas
Água de centenárias raízes ao luzir emprestadas
A serenidades doces e agitadas
Encontro-te nas luzes sagradas
O caminho dos sete silêncios
Celebrando o ressurgir
Nadamos em bibliotecas aquáticas
Sinónimos interiores de espuma rendilhada
Norte é o segredo intuitivo da nossa alvorada
Abraço orgiástico lento de prazer na voz calada
Levantam-se navios, enfrentam-se batalhas e o corredor do silêncio é festa nacarada, envolvendo cheiro embutido da lembrança. O Sol é inconsistente em paixões arenosas.
Encontros e desencontros confluem e num eterno regresso estou aqui, magnânima na minha história acelarada.
Wednesday, May 23, 2007
Ruína vivente

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Não era novidade
Que estarias a meu lado
Num encontro fugaz mas planeado
Pelos seres da eterna verdade
Senti-te sem precisar
De ver-te tão perto
Porque era já um facto adquirido
Um quadro a óleo incompleto
Mas eles queriam mais...
E quando dei por mim
Estremecia já no teu olhar
Naqueles pormenores
Só nossos ardores fatais
Que nunca morreram
Uma dança de véus sem fim
A tua atitude era a mesma de sempre
Mente com mente lutavamos
Contra o nosso eterno pacto
E não disfarçamos bem, olhamos
O passado solenemente
E só queríamos regressar
Até agora o teu beijo me inquieta
Mas sei que não devo voltar a amar-te
Porque ainda te amo dolorosamente
E tu, continuas também a amar-me
E a não compreenderes o porquê
De eu te ter dito Adeus, breve
Sem condimentos cénicos
Decidi amarrar-me à frieza
E desculpa, de lá não quero sair.
Sunday, May 20, 2007
Thursday, May 17, 2007
Gesto
“As carícias”, de Fernand Khnopff
Encontrei-te num claustro impreciso, tinhas o travo dos fantasmas ideais e a aparência incestuosa das mãos sádicas do silêncio. Encerrado, movias-te ao som dos melodiosos beijos dum longo e intocável olhar. Aproximei-me.
Esperaste que me debruçasse na janela do teu desejo e sem que emitisses um som, eu ouvía-te rezares, contorcias o corpo como uma mola impulsionada pelo desdém de uma Deusa. Querias e não podias atravessar a muralha inexistente das orientais luzes desse ímpeto esquelético. Já o silêncio vergastava a cor da tua odisseia onírica quando gritaste ao sentires as unhas cravadas na carne opaca da fuga.
Já era novo dia quando regressei e te encontrei baloiçando nas sementes, procuraste sentir o sol triangular que invadia a tua irónica e indecente postura. Chamavas-me e eu não aparecia. As feridas eram demasiado deliciosas para que pretendesses curá-las, um fio de água intermitente aquecia a tua mordaz e cada vez mais quente harmonia.
Chamavas-me, e não me sabias. E continuavas a chamar-me, mas era o deserto das minhas chamas , lanças que te atravessavam os cabelos, o único tesouro que sentias estar perto mas inocentemente inacessível.
Tuesday, May 8, 2007

A Lenda de Pigmalião e Galatéia
Pigmalião , originário de Chipre, era um escultor que resolvera passar a vida na mais completa solidão, pois considerava que as mulheres eram imperfeitas e indecorosas. Porém, como não suportava a solidão esculpiu uma estátua de uma mulher para ter companhia. Acabou por apaixonar-se por ela. Tão viva lhe parecia, que ele tratava-a como sua amada. Oferecia-lhe roupas, jóias e flores. Contemplava-a dias sem fio e chegava até a beijar-lhe os lábios frios e imóveis. Chamava-lhe Galatéia. Tanto a adorava que decidiu pedir aos deuses que fizessem com que ele encontrasse uma mulher que se parecesse com a virgem de marfim. Afrodite atendeu ao pedido do escultor e quando este retornou a casa, após a presença no templo de Pafos, voltou a contemplar a estátua perfeita. Após horas de puro deleite visual beijou-a nos lábios. Só que desta vez não encontrou uma resposta fria, mas uns lábios vulcânicos... A Estátua despertou e ganhou vida, transformada agora numa Mulher real, que se apaixonou terrivelmente pelo seu criador. Tornou-se sua esposa e ainda lhe deu
Sunday, May 6, 2007
Punição secular
Admite
Erraste
Não poluas os meus riachos
Com produtos senis e pretensiosos
Não te fica bem essa arrogância
Ela pertence apenas aos deuses
Espreme o sumo das lentes
Sentimentos eloquentes
Nas asas da minha vitrine
Nada sabes
Nada entendes
Querias ter explorado a selva vadia dos meus pesares mas a minha dor foi sempre o colorido da tua insatisfação. Olha-me então, nos olhos da tua lápide púrpura e desdenha a sombra da massacrada